domingo, 23 de janeiro de 2011

CAVACO SILVA GANHA CASTELO DE VIDE

Cavaco Silva = 49,25 %

Manuel Alegre = 26,53 %

Fernando Nobre = 12,04 %

Francisco Lopes = 6,87 %

José Manuel Coelho = 3,88 %

Defensor de Moura =  1,43%

Brancos = 3,56 %

Nulos = 1,42 %

1 comentário:

L.Carvalho disse...

A vitória de Cavaco Silva revela o país que temos. Um povo medroso, acomodado, sentado à espera de um protector, de um moralista, de alguém que possa ser um guarda-chuva na hora do temporal.
Não foi só o Zé povindo que assim pensou. Já antes, muitos dos gestores, empresários e intelectuais tinham corrido para perto de Cavaco como os pastorinhos correram para a azinheira de Fátima. A malta quer um protector. Alguém que não faça nada, que garanta o certo, o mínimo garantido. A mediocridade.

Não interessam os factos. Interessam os argumentos. Cavaco foi protagonista nos últimos 25 anos na política portuguesa. O país está de rastos. Mas o paupérrimo governante Cavaco não tem culpa nenhuma neste cartório. O mal são os outros. O bem é ele. É sério, simpático, tem uma família, a mulher sorri a todos à volta, diz piadas e dá esmola. Ele não é político e não se mete nas intrigas partidárias. É sério. Abandonou a política, quando o cavaquismo estava no lamaçal. Ninguém se lembra. Ds cargas policiais, do buzinão, do Carnaval sem feriado. Chamavam-lhe o Acabado Silva. Fez de morto. Ao fim de 10 anos começou a mexer. Devagar. Davagarinho voltou a ressuscitar, como um D. Sebastião saído de um nevoeiro, pronto a salvar a Pátria. Ganhou a eleição para Presidente, depois de a ter perdido para Jorge Sampaio.
O Povo esqueceu tanto os anos do Cavaco governante que nem precisou de lhe perdoar a política do alcatrão, a arrogância, o desprezo social, principalmente a geração de bastardos políticos que deram origem a monstros como o BPN e muitas outras empresas que ajudaram a levar à ruína o país que somos hoje.

Mais: o tal impoluto, o homem sério, o paupérrimo professor de finanças, acabou por ganhar 140% de acções numa operação de especulação organizada pelos metralhas do BPN, um deles seu conselheiro de Estado, outro ligado a uma empresa que afinal andou a trocar casas de férias para ricos, sem pagamentos de sizas e sem licenças que deveriam ter sido emitidas.

Mas o povo não quer saber e até tem raiva a quem quer saber.

Vota-se contra alguém e não a favor de ninguém. O pagode está chateado e acha que será ainda o último manequim da Rua dos Faqueiros armado em político que lhe vai devolver a esperança das gerações perdidas. Não é acreditar no Pai Natal. É acreditar no maior bluff de que há memória em Portugal. Os portugueses votaram no cinzentismo, no passado e no revanchismo da direita ultra-liberal.

Os portugueses fizeram mais pelos poderosos, pelo capital selvagem, pela geração do BPN, do que o próprio Cavaco já fez em 20 anos de poder.

Agora só falta entrar o Passos Coelho e o rapaz Portas e começar a estucada final na sociedade que quisémos com o 25 de Abril: um Estado Social, protecção no emprego, escola pública e saúde pública.

Está na hora de emigrar ou de resistir à barbárie.