domingo, 5 de junho de 2011

ADEUS!


























Maurício Brito

4 comentários:

Anónimo disse...

Engenheiro, com curso concluído a um domingo, recentemente desempregado, procura trabalho...

Anónimo disse...

José Sócrates
(2003-2011)

R.I.P.

Anónimo disse...

O falso engenheiro despediu-se de todos nós, assumindo as suas responsabilidades políticas.
E, as outras?
Um indivíduo que leva um país à falência, que faz vista grossa à corrupção, promove negócios ruinosos para o estado, é suspeito de falcatruas várias, e desgraça a vida de alguns milhões de indígenas, não responde judicialmente por estes crimes?

S.L. disse...

1. O Grande Líder fez um bom discurso de partida. E hoje comoveu-se, ao despedir-se da Comissão Política. Um homem só, um homem acossado, um homem que regressará dentro de cinco anos, quando o outro homem da providência partir da presidência. Bons ventos o levem, que entre tanta dedicação, empenho e incompreensão, sobra apenas um país em cacos.
2. Por outro lado, temos de sentir pena dos órfãos do PS. A velha guarda e a nova guarda, fiéis cães de fila das ideias do Grande Líder - acriticamente acolitados pelos emissários da imprensa e os assessores da blogosfera - estão perdidos. Mas, perdidos embora, perfilam-se e arreganham o dente ao osso. Seguro e Costa* e quem mais vier, os que já sabíamos que vinham, mas que se mantiveram sabujamente calados enquanto o Grande Líder conduzia o Grande Passo em Frente... ao Abismo. Ah, e claro, há o destituído diplomata Carrilho, há meses destilando veneno fermentado no ódio do cargo perdido. Mas esse, pobre desapossado, não terá hipótese de lá chegar. Habitue-se.
3. Passos Coelho quase convenceu o povo (mais do que os convertidos - que, de resto, eram poucos) de que poderá ser o homem certo para conduzir o país nos próximos... vá, dois anos. A honestidade fica-lhe quase tão bem como a desafinada voz de barítono que usou para assassinar o hino, mas quem se rodeia de trapos da estirpe de Catroga e Ângelo Correia está a pedir para as coisas correram mal, ou ainda pior do que isso. Ah, é verdade, parece que irá governar o país. Não... afinal dizem-me que esse já está a ser governado pela troika. Peço desculpa pelo equívoco. O que governará ele, então?
4. A frente Verdes/PCP ganhou mais um plebiscito. Parabéns aos camaradas da bancada da esquerda, a revolução está aí, ao virar da esquina.
5. O Bloco de Esquerda fica para o fim (ou quase). O descalabro será um aviso tardio. Refém da indecisão no rumo a tomar - em direcção ao PS ou mantendo-se no mesmo território dos eternos vencedores da CDU - acabou por perder metade do que tinha conquistado. O problema foi o apoio a Alegre. A moção de censura. A recusa em receber a troika. O falso acordo com o PCP. Sim, sim, o problema foi o ziguezague constante: a cada guinada, mais apoiantes foi perdendo. Até restar apenas a base de apoio. O caminho terá de ser bem pensado: criar uma alternativa de esquerda deixando as bandeiras da CDU lá na Soeiro Pereira Gomes, de onde nunca irão sair, mas demarcando-se de um PS que deixou de ser, com Sócrates, socialista. Criar uma identidade. Não navegar à vista, não hesitar. Francisco Louçã como líder é apenas um pormenor da história.
6. E parabéns a Paulo Portas, o político mais viscoso da planura nacional. Tudo a vale a pena, se a alma é pequena. Compensou, a genuína vontade de cheirar as traseiras do poder, os saltinhos de emplastro para aparecer nas câmaras, os braços abertos de quem tudo tem para oferecer em troca de um mísero lugar na fila para o beija-mão dos actos oficiais no estrangeiro (quem será o "amigo Rumsfeld" desta legislatura?) e, quem sabe, da capacidade de comprar material de guerra desnecessário e obsoleto para abrilhantar as nossas inexistentes Forças Armadas. "Ministério do Mar? O que é isso?"
7. Mas tirando isto, vai tudo muito bem. O futuro é radioso.

*Afinal não será Costa, mas Assis, o filósofo-mártir do PS. Por pouco não era Santos Silva. É pena, será menos animado.