sábado, 7 de janeiro de 2012

2 comentários:

Anónimo disse...

A ideia de um capitalismo regularizado pela moralidade dos empresários é interessante, mas não é verdadeira. Estes só pagarão os impostos que a lei os obrigar a pagar. O problema não está na sua falta de moralidade, está num regime que privatiza os lucros e socializa os prejuízos. E numa União Europeia que obriga os trabalhadores por conta de outrem a sacrificar-se e cria escapatórias para os grandes grupos. Aqueles que defendem a teoria do chuveiro vendem banha de cobra. O enriquecimento dos muito ricos nos países desenvolvidos, nos últimos 30 anos, não fez melhorar a vida dos mais pobres e baixou o crescimento económico. A época de ouro do capitalismo nos EUA e na Europa, em que o crescimento económico foi maior, continua a ser as décadas em que a desigualdade de rendimentos eram menores e a justiça e equidade fiscal eram maiores. O problema não é só português, mas é clarinho como água aqui no burgo, basta ler os jornais: 19 das 20 empresas do PSI 20 têm sedes no estrangeiro para pagar menos impostos. Como escreve Viriato Soromenho Marques, a deslocalização do maior accionista do Pingo Doce para a Holanda significou a fuga de 4,6 mil milhões de euros – o que faz sair pela janela quase o equivalente ao investimento chinês que entrou pela porta com a venda da EDP. Segundo dados do Banco de Portugal, só nos cinco primeiros meses de 2011 tinham fugido 9 milhões de euros por dia para os paraísos fiscais. Enquanto a lei o permitir, isto vai continuar a acontecer. E se não os podemos impedir de colocar o dinheiro nos sítios onde há menos impostos, pelo menos, da próxima vez que nos aparecer um banqueiro ou um grande empresário português a pedir-nos mais sacrifícios, podemos mudar de canal para a Casa dos Segredos e assistir ao ocaso do pasteleiro: até isso é mais edificante.

Anónimo disse...

PINGO DOCE OU PINGO AMARGO?

Não me interessa onde o Pingo Doce tem a sua sede, já o topete do Sr. Soares dos Santos a entrar-me em casa, através de tudo quanto é TV, a dar lições de moral, ética e de bonzinho já é outra conversa.

Quando no ano transacto o Pingo Doce fez uma campanha defendendo os produtos nacionais, neste caso era a carne de porco, onde uns figurantes diziam que era porco de montado criado com a bolota do Alentejo e, por isso uma carne de sabor diferente, a carne vendida nas lojas vinha de Espanha. Aliás é só perder 5 ou 10m a verificar as etiquetas de origem dos produtos: batatas de França, alhos da China, laranjas de Espanha, uvas do Chile, bananas da Colômbia, maçãs francesas, carne de vaca de outra qualquer nacionalidade (Anghus? - será da Irlanda?)... grande atrevimento este do Pingo Doce em pensar que todos somos tolos…