Mário Soares aos 88 anos é entrevistado por Clara Ferreira Alves, uma  conformista do jornalismo nacional prendada pelo patrão falido a  frequentar as reuniões do círculo Bildeberg. 
O que diz Mário Soares? 
Que  come bem e do melhor;vive tranquilo e no melhor ambiente e está aí para  as curvas.
A entrevista é essencialmente política ( falta uma  entrevista na qual lhe perguntem directamente e sem rodeios se sabe  alguma coisa acerca do seu amigo Carlucci  e que tipo de parceria fez com o indivíduo)  e fatalmente aparece a  distinção entre esquerda e direita e capitalismo, socialismo e agora o  liberalismo e o neoliberalismo. 
Mário Soares, ao que tem vivido e  experimentado na política já devia saber melhor estas coisas e não  andar a fazer a sempiterna figura de rolha que vai com as marés.
Na  entrevista, a dado passo afirma : " O capitalismo é o único sistema que  temos e não temos nada que o substitua. O que precisamos é que seja  ético, com princípios, como era no início". 
NO início, agora e sempre,  amén. 
Com a ressalva de que no início o capitalismo era tão ético que  até originou o...socialismo. 
Marx escreveu Das Kapital para mostrar esse  lado ético do capitalismo. 
Mário Soares não se lembra porque não viveu  esse tempo. 
Mas viveu outros.
Em 1976, depois de ter vindo de França onde sobreviveu na oposição, com  apoio de capitalistas banqueiros, dirigiu os destinos do país. 
 Logo a  seguir à intervenção do FMI, por os seus governos terem afundado as  Finanças públicas, só apostava no socialismo. E dizia então à Flama,  nesse ano, que manteria as nacionalizações de 1975 do tempo do PREC  comunista e que eram o oposto ao capitalismo, -que agora acha ser o  único sistema que existe-, o que nos prejudicou seriamente durante  décadas e capou as veleidades de termos um país a funcionar  economicamente como a Espanha, por exemplo. Só no final dos anos  oitenta, Mário Soares mudou de ideias quando a isso, mas como se lê, nem  tanto. 
O indivíduo adapta-se conforme as conveniências políticas. 
Sabe  nada de nada de economia. 
Nada de nada de educação. 
Nada de nada de  justiça. 
Nada de nada de quase tudo menos uma coisa: politiquice.
E que dizia então, à Grande Reportagem de 1985 e durante mais uma grave  crise económica, com fome em Setúbal e despedimentos nessa área? 
Pois  dizia o que lhe era favorável. 
Como era governo ( foi corrido pouco  depois com a maior derrota que o PS sofreu, já com Almeida Santos, o  Sombra, a dirigi-lo) dizia que essa coisa do Estado Social era um  problema porque não havia dinheiro no Estado e que portanto era preciso  reduzir e simplificar o Estado.
Nessa altura, em relação às falências  em catadupa que a sua política económica provocou, o que dizia?  Simplesmente que em Portugal até essa altura não tinha havido falências ,  "praticamente", e que "isso é um erro". O erro era não haver falências e  ainda dizia mais: " os postos de trabalho não podem  ser mantidos  artificialmente à custa do erário público". 
Quando lhe falavam na fome,  dizia que sempre tinha havido fome- " Há pessoas em Portugal que vivem  mal? Pois há! E não houve sempre? Há pessoas que passam necessidades?  Pois há! E não passaram sempre?"- É ler...clicando na imagem abaixo.
Repare-se:  em 2011 acha que o Estado deve impor-se de feitio e peito  economicamente feito para desbaratar o neoliberalismo. 
Em 1976, achava  que o Estado gordo é que era bom para a economia, tal como hoje. 
Em 1985  que não, e que patati patata, miséria tinha havido sempre e por isso  não era admiração. 
É ler essa parte da entrevista para ver a rolhice  deste indivíduo tido como o guru de jornalistas tipo Ferreira Alves.
Em 1986, quando venceu as eleições, declarou-se o vencedor dos pobres! 
É  preciso ter lata! 
Mas quem é que ainda dá trela a um tipo destes?
 E  para quê?
 
José