terça-feira, 27 de abril de 2010

"AO ESTADO A QUE ISTO CHEGOU"

Creio que Cavaco Silva quando decide ler um discurso na Assembleia da República o faz para o Povo pé rapado, que vota mas não domina os meandros da política, da economia, da vigarice nas empresas públicas e outras em que o Estado tem posição.
Eu não acredito que Cavaco Silva não soubesse desde sempre qual a política de remunerações das empresas públicas e das outras em que o Estado tem participação.
Se não soubesse tal representaria uma falha dos serviços de informações da Presidência da República e mostraria um PR "nas nuvens" para usar o título de uma obra de Aristófanes, contra Sócrates.

O que o Presidente da República deveria dizer aos portugueses era isto:
"Portugueses, o PSD, o PS e o CDS têm seguido desde sempre a política de cada um quando está no Governo dar aos membros dos partidos na Oposição lugares de direcção e outros nas empresas públicas, para alimentar o "pessoal político de cada um dos partidos.
Portugueses, o PSD, o PS e o CDS têm alimentado toda a sua clientela, na Oposição ou no Poder, através de cargos em empresas públicas, institutos públicos, empresas em que o Estado tem participação, sempre com a certeza que na Oposição ou no Poder os nossos amigos e confrades têm sempre tacho.
Portugueses, hoje chegou o tempo em que se tem de mudar isto.
E sobretudo tem de se impedir os milhões de euros de prémios, os milhares de euros que cada um dos administradores não executivos - meros tachos! - recebem para irem a cada reunião, e que é mais de 7000 mil euros num dia!

Caros amigos, deixemos-nos de paninhos quentes. Cavaco Silva sabia disto tudo.
Cavaco Silva vem agora na AR insurgir-se contra isto!? Quem o pode levar a sério?
Por onde andou Cavaco Silva?
Que credibilidade pode ter?
Até o Presidente da República Checa o amesquinhou na semana passada, em Praga!
Os portugueses deixem de ser carneiros e façam o que outros Povos fazem: Revoltem-se e acabem com esta mana!

Cavaco Silva é um dos principais culpados do "estado a que isto chegou" ,para parafrasear o Capitão Salgueiro Maia.
Têm-se limitado a deixar Sócrates afundar mais e mais Portugal. Cavaco Silva tem sido o seu principal aliado.
Porque o "estado a que isto chegou" só chegou porque Cavaco Silva não fez com que Sócrates caísse aquando do caso Licenciatura e toda a trapalhada no site do Governo e na AR.
O PS e Sócrates estão sempre seguros com Cavaco Silva.
Com Cavaco Silva os portugueses e Portugal estão a morrer, aos poucos.
Mais até, o PSD está a desenvolver o plano para apresentar uma moção de censura ao Governo e provocar eleições depois das novas eleições presidenciais.
O PS sabe da estratégia e vai reagir, porque Sócrates e o PS têm muito em jogo.
O PSD faz mal.
Faz mal porque a moção de censura era já hoje!
Em Março ou Abril do próximo ano o PS já se reorganizou.
A não ser que Pedro Passos Coelho tenha a lucidez de fazer cair o Governo já e ir a votos, para o Povo escolher.
Já, já, já!

J.M.M.

2 comentários:

A.B.C. disse...

Para que não restem ilusões de poder imediato ao Dr. Pedro Passos Coelho, importa afirmar neste momento que os militantes e simpatizantes do PSD não toleram qualquer género de aliança com José Sócrates e que os eleitores punirão, sem piedade, quem se ligar ao pior primeiro-ministro do Portugal democrático (I República incluída).

O Governo socratino é o responsável pelo desastre financeiro, económico e social, do País, culminando década e meia de socialismo despesista (com o intervalo técnico de dois anos e nove meses de tentativa de reequilíbrio). A situação das contas públicas portuguesas não é culpa dos especuladores, os tais a quem o Governo socialista vai pedir dinheiro emprestado e que agora alijam em pânico os títulos de dívida portuguesa. Não adianta aos socialistas procurarem bodes para expiarem os pecados que lhes pertencem, nem na Presidência da República, nem no baú dos governos anteriores que jamais deixaram cair a credibilidade do Estado ao nível calamitoso actual. O Governo de José Sócrates não pode ser desresponsabilizado pela situação presente nem pode receber qualquer caução política do PSD. Os socialistas comeram a carne tenra (negócios, comissões, tachos e subsídios), terão de roer eles os ossos duros (a austeridade no assistencialismo). É o Governo que deve... governar! Cabe à oposição analisar as decisões do Governo e pronunciar-se sobre elas, no quadro das competências legislativas que lhe cabem, colocando sempre o interesse do país - a redução do despesismo para o reequilíbrio orçamental e o ganho de competitividade - à frente de qualquer expectativa de poder pessoal ou de grupo.

Quando a grande maioria do povo entender, pelo sofrimento do adiamento de pagamentos e pela redução dos salários e das pensões, que o reinado do socialismo em Portugal chegou ao fim irá escaqueirar o já Partido Socialista. Creio que, com pena nossa, embora defenda a demissão do Governo, esse cúmulo de revolta social ainda não foi atingido, pois, para o eleitorado assistido, Sócrates ainda é, até à falência pública, o garante do Estado Dourado. Lá vão cantando e rindo. E rindo para, daqui a pouco, chorar.
O socratismo morreu hoje.

L. Carvalho disse...

Voltamos sempre à vaca fria: o governo tira soluções da manga, avulsas, à pressa, com a sirene a tocar, como se fossem a salvação de toda esta trapalhada. Veja-se como o Ministro das Finanças (que muito boa gente continua a dizer que é um bom ministro!) passa a vida a mexer nas intenções do famigerado PEC. Achava há uma semana que aquilo era o plano da pólvora para Portugal chegar a 2013 na maior. Hoje, já mexe no subsidio de desemprego, no 13º mês dos funcionários, e por aí fora.

O governo é incapaz de apresentar um plano bem estruturado de cortes radicais na despesa do Estado, no aumento do IVA e no adiamento das estúpidas obras públicas faraónicas, de ir ao bolso aos lucros bestiais da banca e das empresas monopolistas como a GALP, a EDP, a BRISA e outras, e dizer aos portugueses: vamos com isto poupar já tantos milhões. Não. Vão lançando medidas que no fundo acabam por ter um reflexo mínimo no orçamento.

Por exemplo: quantos institutos, empresas municipais, serviços do Estado é que vão ser extintos? Vão cortar no 13º mês da função pública para manterem serviços inúteis e funcionários a lerem a Bola? É preferível extinguir serviços e ter os funcionários em casa com o ordenado por inteiro a continuar com uma máquina estatal a trabalhar a vapor.

Falo do que sei: quando fui arquitecto no Ministério das Obras Públicas trabalhava na Direcção dos Edifícios de Lisboa, no departamento de projecto. Aquilo não tinha utilidade nenhuma. Saí há 21 anos. Pois, o serviço mantém-se e os que não foram reformados continuam a passar por lá o tempo...

O Estado não emagrece. O crescimento previsto no PEC para o aumento da despesa corrente do Estado é de 9 por cento. Querem chegar a algum lado decente com números destes?

O Presidente Cavaco, a quem o país deve muito do monstro actual da Função Pública, está calado perante esta situação de Terramoto. O professor de finanças que virou PR, ao ser interrogado pelos jornalistas, ri, mete aquele tom de voz afectado e diz que está atento ao que se passa. Também era melhor que não estivesse!! Mas um Presidente deve ser dinamizador de vontades em tempos como este. Devia ter reunido os partidos, os conselheiros de Estado, os empresários e os sindicatos assanhados com o 1º de Maio. Devia ter falado com os seus congéneres europeus e devia ter defendido Portugal.

Devia-o ter feito logo na Checoslováquia quando Portugal foi humilhado à sua frente Mas preferiu dizer que em 2013 Portugal ia estar melhor...do que a Checoslováquia!!!

Se um Presidente não dá a cara em situações destas ainda quer ser reeleito? Obrigado mas não queremos a Rainha de Inglaterra em versão Palácio do Poussulo. Safa!!

Passos Coelho esteve muito bem.